A Capacidade De As Federações Esportivas Se Autorregularem É Uma Profissão De Fé Da Governança Do Esporte Mundial, Até Como Medida De Defesa Contra Tentativas De Apropriação Política Das Virtudes Do Ideário Esportivo, Especialmente Por Regimes Autocráticos Ou Totalitários, Como Se Viu, Por Exemplo, Na Nazificação Da Estética Dos Jogos Olímpicos De Berlim, Em 1936, Ou Na Utilização Do Esporte Como Peça De Propaganda Durante A Guerra Fria, Na Segunda Metade Do Século Xx.Entretanto, A Eventual Hipocrisia Do Discurso De Uma Pretensa Pureza De Ideais Defendida Pela Autonomia Desportiva Vem Sendo Escancarada Por Sucessivos Episódios De Abuso E Corrupção De Dirigentes Do Setor, Nos Mais Diversos Níveis, Gerando Reações Governamentais No Sentido De Editar Normas Que Permitam Um Maior Grau De Intervenção Estatal No Esporte.Diante Desse Quadro, O Trabalho Propõe Padrões De Governança Que Possam Preservar A Autorregulação Esportiva, Especialmente Sob O Ponto De Vista De Democratização Das Federações Nacionais E Internacionais E À Luz Das Inovações Regulatórias Expedidas Pela Fifa E Pelo Comitê Olímpico Internacional, Em Reação Aos Episódios Que Minam A Credibilidade Da Governança Desportiva Mundial. 10