Há mais de cinquenta anos, Stanislaw Ponte Preta fustigava os despautérios cometidos pelos donos do poder em textos brilhantes e devastadores que eram lidos no jornal por todos os brasileiros. Messas Botnaro, percebendo que o passado de que se quer escapar ainda permanece muito vivo, apresenta o Novo Febeapá. O Festival de barbáries que assola o país reúne textos em que toda monstruosidade promovida pelo governo federal (2019-2022) e seus generais, capitães, deputados, digital influencers e outras figuras é reelaborada pela verve satírica do defunto autor. Considerando que a monstruosidade da barbárie não calou fundo nas pessoas, sintoma da persistência da possibilidade de que se repita, Botnaro mostra que o Febeapá continuará existindo enquanto persistirem no que têm de fundamental as condições que geram a regressão. É isto que nos faz rir de nervoso com este livro que deve ser compreendido na chave freudiana do trauma, isto é, de um evento real que resiste à representação.