No final do século XV, nascia na Inglaterra aquele que seria uma de suas maiores mentes, uma luz para a formação intelectual, moral e espiritual de todos de seu tempo e dos tempos que viriam após sua morte: Thomas More, hoje Santo. Ou melhor, Santo desde tenra idade, seguiu com grande sucesso a carreira de advogado, galgando os mais elevados degraus da vida pública, indo desde subxerife da cidade de Londres até Chanceler do Reino da Inglaterra.A vida de Thomas More foi marcada por sua postura de Fé totalmente incomum para um homem do seu meio. Visto como um asceta, pouco comia ou bebia e sempre estava entregue às mais rigorosas penitências. Enquanto advogado, jamais cobrou seus honorários dos mais necessitados. Como juiz, jamais deixou que a impiedade ou a injustiça triunfassem. Também manteve às próprias custas casas de caridade para idosos e constantemente auxiliava os mais desafortunados. Com seu humor fora de série, sorrindo até na beira da morte, conformava-se à vontade de Deus em todas as circunstâncias.Não obstante, foi um grande intelectual, tendo produzido uma obra monumental, a qual consiste em epigramas, orações, apologias, diálogos, refutações, além de várias cartas que nos foram legadas. Como um grande súdito do Rei Henrique VIII, por antes servir a Deus, não deixou que sua Fé lhe roubasse a Salvação Eterna, de modo que não foi conivente com os excessos daquele mesmo Rei quando este decidiu unir-se ilicitamente a Ana Bolena, tornar-se o Cabeça da Igreja da Inglaterra, arrastando aquele Reino para a recente heresia Protestante.O assentimento de São Thomas More nestas e em outras questões eram essenciais para Henrique VIII, mas o Santo jamais aceitou seu divórcio nem o ultraje contra a autoridade Papal. Isto, ao mesmo tempo, custou-lhe e ganhou-lhe a vida: foi decapitado e entrou nos céus pelo martírio. O maior servo do Rei, mas antes de Deus.