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O livro é uma análise das trajectórias da elaboração da política externa de um Estado africano, o Zimbabué, sob as complexidades de uma filosofia marxista-leninista do discurso Chimurenga. De um modo geral, a elaboração da política externa do Zimbabué tem sido da responsabilidade do Presidente Mugabe e do partido no poder, o ZANU-PF. A política externa do Zimbabué tem sido o produto das apreensões da Guerra Fria no início da independência do país, em que Harare teve de ser pragmática nas suas relações com os Estados da Linha da Frente, com a África do Sul do apartheid e com a comunidade internacional em geral. Nestas circunstâncias difíceis, Harare emergiu como o centro diplomático da África Austral, um legado que viu o país ter um desentendimento diplomático com a nova África do Sul no final da década de 90, aquando da formação do OPDS da SADC e da guerra civil no Congo. A mudança na economia política do Zimbabué e a ascensão do MDC, como alternativa à ZANU-PF, viram a política externa do país ser realinhada sob os prismas do discurso da Terceira Chimurenga. Era importante para o país exportar o discurso Chimurenga e o destinatário imediato era a África Austral.
